sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O Estigma do Feiticeiro Negro


Autor: Miguel Carqueija e Melanie Evarino
Editora: Ornitorrinco
Ano: 2012
254 páginas


Sinopse: Um dragão é roubado por um ser misterioso, conhecido apenas como Homem Sombra, e sua dona, a elfa da sabedora Gislaine, inicia a perseguição para recuperar seu animal. Isso é apenas o começo para uma Quest, onde recuperar o dragão será o menor dos problemas de Gislaine. Logo ela saberá que estará envolvida numa gigantesca luta contra as forças do mal.

A longo dos primeiros capítulos um grupo de aventureiros será reunido para esta luta. Este grupo mais parece o exército de Bracaleone: um anão mercenário e ranzinza, o desastrado e fanfarrão “paladino” Iuri, um ladrão hobbit com o prosaico nome de Luigi Bertoldo e comandados por um espectro, de uma posição ambígua em relação ao mal. Mais adiante serão reunidos ao grupo uma professora de esgrima e um guerreiro indígena.

Os vilões também são bem diversificados: um Cavaleiro Negro, uma Elfa Negra, ninjas, um mago chinês, piratas, mercenários, reis opressores, esqueletos ambulantes, monstros criados por magia e até um zumbi.

Esta mistura de tipos fora do comum garante duas coisas; aventura e humor, marca característica de Carqueija. Este humor será composto pelas trapalhadas e fanfarronices de Iuri; a língua ferina de Armenio e Luigi; a forma de intimidar do guerreio índio; a diversidade do grupo, tanto de características pessoais como de motivações; anacronismos e paradoxos, como dragões vegetarianos e relógios de pulso e referências sutis a outras histórias de fantasia.

E como se trata de uma Quest, independentemente do resultado ser atingindo ou não, todos os personagens principais (até alguns vilões e “figurantes”), sofrem uma mudança significativa que moldará seus caráteres.

O livro é principalmente divertido. E é isso que conta em relação ao público mais jovem, a quem o livro se destina.

Atenção! Spoiler!

Um pequeno senão, que não atrapalha o enredo como um todo. Carqueija, mais uma vez lança mão dos Antigos, personagens de Lovecraft. O problema não é usar os Antigos, mas deles aparecerem de um maneira meio forçada e desnecessária para trama. Os Antigos ficam apenas na citação. Isso seria justificável se houvesse uma continuação e provavelmente é esta a intenção de Carqueija, já que os personagens de  O Estigma do Feiticeiro Negro  são muito bons e mereceriam uma nova aventura. Porém, no meu ponto de vista, Carqueija tem imaginação suficiente (demonstrado neste livro e ao longo de seus outros trabalhos) para criar seus próprios monstros e, embora seja frequente em sua obra o uso dos Antigos, seria interessante deixá-los de lado e ousar um pouco mais.

Conclusão

Um bom livro de aventuras, temperado com uma boa dose de humor.

A co-autora de Malanie Evarino deve ter contribuído com algumas caraterísticas positivas do texto. Nota-se um fluir melhor da leitura em relação a outros trabalhos de Carqueija. O simples fato de se trabalhar em dupla, desde que estejam bem afinados (o que parece ser o caso), normalmente conduz a uma melhoria no processo criativo

A leitura vale a pena.

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O Estigma do Feiticeiro Negro. Miguel Carqueija & Melanie Evarino. Editora Ornitorrinco. Livraria Cultura.


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